Corpo escangalhado no cerrado pegando fogo
Corpo escangalhado no cerrado pegando fogo
Sou corpo (c)errado.
Estamos pegando fogo.
As imagens de encontro com Lispector, Itamar, Evaristo e Carolina de Jesus ainda impregnam no corpo e no cruzo de suas narrativas diaspóricas.
Nesse lapso, breve suspensão, uma paragem para viagem a São João del Rei e breve passagem por Tiradentes.
Em São João fui participar da XII reunião Científica da Abrace - Associação de Pesquisa e Pós-graduação em Artes da Cena. Participo do GT Mito, Imagem e Cena. Apresentei a comunicação: Corpo-Festa: pedagogias forjadas em saberes de luta pela terra. O GT foi um encontro mágico com troca de experiencias dos mais vastos campos que buscam outras epistemologias na construção do conhecimento nas artes da cena. Bruxarias acadêmicas, coletividades, preceitos outros, comunicações outras, dúvidas, reflexões, luta pela terra e suas violências e articulação com GT Nukũ Beya xarabu: Arte e Povos Originários.
A passagem por Tiradentes, cidade histórica de Minas Gerais, deu-me de presente um objeto de cena, um cajado preparado por Rogério do Cajado. Era duma demanda da direção de Getúlio. Ir em busca de um elemento similar. Este apareceu, como uma parição e desejo de fazer parte.
Durante essa semana uma imagem ecoou firme depois da participação em uma banca de doutoramento na Universidade Federal de Santa Maria e a pesquisa para elaborar um parecer. No mesmo instante, diálogo com o artista da cena, Tiago Bassani. É uma imagem de Celeida Tostes na performance Rito de Passagem (1979). Falamos sobre sua monumentalidade e aquilo que ela deixa impregnado no corpo para este processo.
Volta para Uberlândia. Iniciamos um novo ensaio em 04 de outubro de 2014 na mesma sala anterior, na ESEBA – UFU.
Iniciamos em deambulação de ideias e conversando ente pedras e barro. Há uma ação performativa nas conversas performativas em Getúlio e eu.
Barro, vídeos e outra texturas imagéticas.
No ensaio de hoje nos propusemos a deixar a bota, elementos que esteve presente anteriormente, mas que não foi trazido para exploração. Assim, dispomos tudo que iriamos articular naquele instante, inclusive o cajado trazido de Tiradentes, um novo elemento.
A partir de agora me permito deambular sob falhes que estão ancorados no corpo desde ontem:
Água lavadas em pedras:
Acudir
Rezo
Cerrado pegando fogo:
Urgências de contar histórias
Falta de ar e mobiliza o corpo a estados de sofreguidão e urgência de existir
Gira
Há algo de comunicação com outra dimensão. Ela sabia de tudo.
Só veio consolidar a tragédia anunciada.
Bota
Força no entrelugar que massacra um caminho de pedras.
Instabilidades, deslocamento, quedas.
Caminhas sobre as pedras é verdadeiramente surreal.
Saia branca
Retoma aspectos ancestrais. Elementos essenciais das primeiras notas autobiográficas e A Via crucis do corpo.... Retomo imagens de Inaicyra Falcão, após assistir Figuras da Dança 2025 (https://www.youtube.com/watch?v=SJ7hoXf37eY) e no trabalho com imagens efêmeras apresentada neste vídeo de trabalho coreográfico de Kleber Damasco.
Lavar pedras,
Apagar fogo,
Amparar,
Comunicar-se com outra dimensão,
Entranhar-se em imaginários possíveis,
E, ouvir, sinceramente pedras, raízes e o movimento de emerge de um encontro com a natureza, as histórias de vidas diaspóricas e uma vontade festiva de performar tal encontro num diálogo com o mundo.
Impregno de imagens de registros desses processos:
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