Lançamento "Corpo e diáporas performativas"

Lançamento: Corpo e Diásporas Performativas (Org. Daniel Santos Costa)

06/09/2019, às 20h
Trupe de Truões
*o lançamento será subsequente ao espetáculo (festa performativa) Guyrá Apó - Ave Raiz




Sinopse
Corpo e diásporas performativas revela um conjunto de textos sobre trajetórias, histórias, experiências e processos prático-teóricos, assentados no fazer-pensar a partir de diferentes atravessamentos diaspóricos. São narrativas e discursos construídos na relação dos corpos em movimento com as tessituras socioculturais, históricas, poéticas, pedagógicas e artísticas, reveladas pelos deslocamentos dos sujeitos, reverberando discursos pautados em posturas éticas, estéticas e políticas aliadas à produção de conhecimento na dança, no teatro e nas artes visuais. A diáspora é, então, um processo inconcluso, aberto, nômade... uma encruzilhada. 
(Jarbas Siqueira Ramos, professor na Universidade Federal de Uberlândia)



Sumário

1. Guyrá Apó – Ave Raiz: memórias que voam - Daniel Costa
2. Sangam: onde os rios se encontram - Andrea Anbergaria
3. Conexões pedagógico-artísticas entre “corpo e ancestralidade” e “corpografias arvorescentes”: desdobramentos para o ensino em dança teatro brasileira de matrizes/motrizes afro-orientadas e ameríndias - Carla Ávila e Sayonara Pereira
4. Corpo em visualidades diaspóricas: dimensões políticas e estéticas da luz cênica - Dodi  Leal
5. A criação do espetáculo Exilius: realidade, imaginário e ativismo - Erika Cunha
6. Da pele ao pote - Fernada Beviláqua
7. Trezencena sortilégio - Grácia Navarro
8. Tramas criativas do corpoe ancestralidade: o entrelaçar entre encenações e poéticas - Inaicyra Falcão dos Santos
9. A diáspora privilegiada tateando os limites do interculturalismo entre Ocidente e Oriente - Irani Cippiciani
10. Gurus, tricksters e místicos do subúrbio: personagens da Índia pós-colonial - Joana Wildhagen
11. A filosofia do guarnecer como procedimento criativo - Larissa Santana
12. De pés: corpo negro na encruzilhada – um transbordar poético-autobiográfico - João Petronilho e Laura Pronsato
13. Pôr em movimento: notas sobre o corpo, os mesmos e os outros - Luciane Ramos
14. Des[velar] euzebios detritos de um ator-performer em processo de desmontagem - Eduardo Gasperin
15. Ensaio sobre o silêncio. Corpo – Palavra – Imagem - Rosana Baptistella
16. Lecture-performance: encontrando novos rastros a. partir da transmissão da peça Caminhos (1998) - Sayonara Pereira e Luiza Banov
17. Desterrados: transferência compulsória no Vale do São Francisco-BA - Tiago Bassani
18. Corpo votivo: análise do processo de criação cênica Aorta da fé a partir da categoria Corpo Votivo na dimensão do sagrado de si - Ysmaille Ferreira de Oliveira e Grácia Navarro.




Corpo, diásporas, performatividades: travessias dançantes
                                                                                                          
Daniel Santos Costa

Corpo e diásporas performativas é uma coletânea de textos sobre trajetórias, histórias experiências atadas às práticas e reflexões sobre o fazer-pensar artístico. São narrativas de processos aliados aos corpos em movimento e em relações com as tessituras sociais, culturais e artísticas. Reverbera-se posturas éticas, estéticas aliadas à produção de conhecimento na dança, no teatro e nas artes visuais. Assim, damos corpo à maneiras de produzir, de reverberar, de dialogar, de transitar, perceber, viver e estar no mundo. As diásporas performativas desembocam em ações como desacelerar, curvar, desviar o caminho, dialogar,  observar, diminuir o passo, observar outros lados, observar-se. Assim, percebe-se o jogo da alteridade, da identidade como resposta, da festa móvel, do descentramento dos corpos-sujeitos seus deslizamentos, travessias e encruzilhadas. A diáspora é, então, um processo inconcluso, escancarado e andante.  Não algo que foi, mas que vem sendo, e que ainda será. Tal qual a identidade amplificamos nossas diásporas performativas ancoradas no corpo e reverberadas nesta coletânea nas mais diversas potências. Tais reflexões incorporadas, amplificam falas e (re)velam histórias mnemônicas para que possamos pensar as diversas travessias.
Ancorados nos próprios caminhos e descaminhos performativos voei em busca de parceiros que quisessem aqui expor seus modos, seus dispositivos, seus corpos-pensamentos em busca de deslocar-se, deslocar os olhares já embrutecidos para pensarmos na travessia das nossas ações. Desse lugar foi possível pronunciar um lugar da diáspora performativa como um deslocamento de percursos, de ideias e do próprio corpo – diásporas metafóricas, territoriais, temáticas, identitárias, artísticas, encantadas no lugar da memória que se faz em espirais. E, assim encontrei-me com outros 17 textos e 21 autores que se aliaram ao desafio da escrita sobre suas diásporas performativas apresentada em ordem alfabética de aurores/as. Resta aqui apenas o meu agradecimento a cada um/uma desses/as artistas, docentes e/ou pesquisadores/as que trilharam e deixará um rastro coletivo para que esta obra possa circular a angariar novos contornos de pensamentos e promover novos encontros em encruzilhadas vindouras.
Por fim, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (PPGAC – ECA/USP), onde estive em doutoramento com Bolsa Capes sob orientação da Profa. Sayonara Pereira. Agradeço à Universidade Federal de Uberlândia, instituição em que me encontro lotado em atuação na Escola de Educação Básica - ESEBA-UFU e em colaboração com os cursos de graduação em Dança e Teatro e no Mestrado Profissional em Artes – ProfArtes/UFU. Por último, agradeço ao patrocínio do Fundo de Investimento Culturais de Campinas – FICC 2015/2016, da Prefeitura Municipal de Campinas, sem o qual esta obra não seria possível.

Guarinhatã, MG, 04 de novembro de 2018.

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